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O INVESTIMENTO EM ASFALTO DE MUITAS DÚVIDAS

  • Foto do escritor: Fabio Sanches
    Fabio Sanches
  • 24 de nov.
  • 3 min de leitura
Ruas da capital sul-mato-grossense em estado precário de conservação
Ruas da capital sul-mato-grossense em estado precário de conservação

O Paradoxo dos R$ 544 Milhões: Por que o plano de asfaltar 130 km por ano em Campo Grande é uma conta que não fecha na buraqueira da Capital


CAMPO GRANDE, 24 de Novembro de 2025 – Finalmente, a Prefeitura de Campo Grande anunciou um pacote de investimentos robusto: R$ 544 milhões para enfrentar a crise do asfalto. A meta é pavimentar 130 quilômetros por ano até 2028. De início, o número impressiona: meio bilhão de reais no cofre. Mas se o asfalto fosse bom, a dúvida seria se R$ 544 milhões seriam suficientes para nos dar tranquilidade. Como o asfalto é ruim, a dúvida é se o dinheiro será suficiente para não nos matar.


Fazendo uma simples conta de padeiro – ou de professor de Matemática: 130 km anuais, divididos por 12 meses, resultam em pouco mais de 10 quilômetros de asfalto novo por mês.


E é aí que a boa notícia vira piada de mau gosto no balanço de suspensão do campo-grandense.


A Matemática da Buraqueira


Dez quilômetros por mês é um volume insignificante diante da imensidão de buracos que tomaram conta de Campo Grande. A verdade é que a infraestrutura da Capital Morena não está apenas envelhecida; ela está em estado precário de calamidade, resultado de décadas de falta de manutenção séria e, mais recentemente, de serviços de "tapa-buraco" que não duram uma chuva.


O asfalto não está apenas em falta nas novas regiões; ele está se desintegrando nas avenidas principais.


O clamor popular não é mais por conveniência, mas por segurança e justiça econômica. Basta conversar com qualquer morador: são incontáveis os relatos de carros e motos que caem em crateras escondidas sob a água da chuva. Pneu estourado, roda amassada, suspensão comprometida. O conserto de um único desses acidentes causados pelo descaso da pavimentação já custa mais caro que o IPTU de muita gente. O dinheiro que deveria ir para a saúde, educação ou lazer está sendo drenado para a oficina mecânica.


E a pergunta que não quer calar: o que estão fazendo com o IPVA e o Licenciamento? Se eu pago para ter o direito de ter um carro e ter a liberdade de transitar com ele em vias públicas, concordam que o dinheiro deveria retornar para o mesmo fim? Metade do valor arrecadado é destinado ao Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e os outros 50% do valor arrecadado é repassado para a Prefeitura de Campo Grande. Vejam só, em 2019 Campo Grande contava com uma frota de quase 600.000 veículos.


O Risco do R$ 544 Milhões


O anúncio do “pacotão” de R$ 544 milhões deve vir acompanhado de uma análise crítica e de uma gestão cirúrgica. O dinheiro, obtido em parte via financiamento e emendas, não pode ser apenas pulverizado em novos trechos, enquanto o pavimento já existente continua a matar a suspensão dos nossos carros.


A prefeitura precisa de agilidade e transparência, sim. Mas, acima de tudo, precisa de eficiência para que esses 10 km mensais sejam de asfalto de verdade, com drenagem correta, e que a manutenção da rede existente seja feita com seriedade.


O campo-grandense já tem a suspensão do carro estourada. Não aceitará ter, também, a paciência estourada se o volume de obras não sair do papel em abril de 2026 e a buraqueira continuar a reinar.


Por Fábio Sanches


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