Mato Grosso do Sul: da divisão ao progresso — uma história de identidade, natureza e crescimento
- Fabio Sanches

- 12 de out.
- 2 min de leitura

Em 11 de outubro de 1977, o então presidente Ernesto Geisel assinou a Lei Complementar nº 31, criando oficialmente o Estado de Mato Grosso do Sul. A medida, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1979, marcou o fim de décadas de reivindicações dos moradores da porção sul de Mato Grosso, que buscavam mais atenção administrativa e desenvolvimento regional.
A luta pela autonomia
Desde o início do século XX, as diferenças econômicas, culturais e geográficas entre o norte e o sul do antigo Mato Grosso já eram notáveis. Enquanto o norte se voltava mais à mineração e à ligação com o Centro-Oeste e Amazônia, o sul desenvolvia-se com base na pecuária, na agricultura e na forte influência das fronteiras com Paraguai e Bolívia.
Cidades como Campo Grande, Dourados, Corumbá e Três Lagoas tornaram-se polos dinâmicos, com infraestrutura e economia em ritmo acelerado. A distância da antiga capital Cuiabá dificultava o acesso a serviços públicos e investimentos, alimentando o movimento divisionista que cresceu nas décadas de 1960 e 1970.
A criação de Mato Grosso do Sul foi, portanto, uma vitória histórica da representatividade regional, dando origem a um estado com identidade própria, cultura diversificada e vocação para o agronegócio e o turismo.

Um paraíso natural no coração do Brasil
Mato Grosso do Sul abriga alguns dos mais belos patrimônios naturais do país. O Pantanal, reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, é o grande ícone da biodiversidade sul-mato-grossense. Já Bonito, com seus rios cristalinos, cavernas e cachoeiras, consolidou-se como um dos principais destinos de ecoturismo do mundo.
Além disso, o Parque Nacional da Serra da Bodoquena, o Parque das Nações Indígenas em Campo Grande e os balneários de Rio Verde e Jardim são exemplos do equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental que marca o estado.
Desenvolvimento, IDH e crescimento econômico
De um território basicamente agropecuário nos anos 1980, Mato Grosso do Sul transformou-se em uma potência do agronegócio, da celulose e da bioenergia. Hoje, é líder nacional na produção de etanol de milho e um dos maiores exportadores de carne bovina do país.
O PIB estadual ultrapassa R$ 130 bilhões, e o IDH médio (0,765) coloca o estado entre os melhores do Centro-Oeste. O investimento em infraestrutura também se intensificou, com rodovias modernas, expansão ferroviária e grandes empreendimentos industriais, como os polos de celulose em Três Lagoas e Inocência.
Orgulho sul-mato-grossense
Passados 48 anos desde a divisão, Mato Grosso do Sul é hoje símbolo de progresso, hospitalidade e diversidade cultural. De suas raízes indígenas e fronteiriças às tradições sertanejas e pantaneiras, o estado mantém viva sua essência: um lugar de povo trabalhador, natureza exuberante e olhar voltado para o futuro.
Mato Grosso do Sul, um estado jovem que aprendeu a crescer com respeito às suas origens — e que segue firme, construindo sua própria história no coração do Brasil.

















Comentários