EUA, OTAN e exercícios russos elevam tensão militar na Europa
- Fabio Sanches

- 16 de set.
- 2 min de leitura

Diplomacia e observadores em exercícios russos
Nas manobras “Zapad-2025”, conduzidas por Rússia e Belarus, foi confirmada a presença de observadores militares dos EUA — a primeira participação desse tipo desde a invasão da Ucrânia, em 2022.
Além disso, os exercícios incluíram disparos de mísseis de cruzeiro, simulações de guerra aérea e terrestre, defesa antiaérea e outras demonstrações de alerta militar.
Incursões de drones testam os limites da OTAN
Entre os episódios mais alarmantes recentes:
Drones russos cruzaram o espaço aéreo polonês, o que levou a interceptações por parte das forças da OTAN.
Há relatos de violação também do espaço aéreo romeno.
Esses incidentes reforçam a sensação de provocação deliberada para testar a prontidão defensiva da OTAN.
A resposta da OTAN: “Eastern Sentry” e reforço na fronteira leste
Em reação aos testes russos, a aliança lançou a operação Eastern Sentry, que visa reforçar a vigilância, a prontidão defensiva aérea e a presença militar nos países do flanco leste, especialmente os que fazem fronteira com Belarus, Rússia e Ucrânia.
Países como Polônia, Alemanha, Reino Unido e França têm enviado caças, sistemas de defesa aérea e navios para aumentar a dissuasão.
Retórica, sanções e tensões diplomáticas
Líderes da OTAN e dos EUA reafirmam que qualquer violação de espaço aéreo de aliados será considerada ação hostil, com implicações diretas ao compromisso do Artigo 5 (ataque a uma é ataque a todas).
Há apelos, especialmente vindos da Polônia, por imposição de no-fly zone (zona de exclusão aérea) sobre a Ucrânia, para evitar que drones russos causem danos ou atravessem para território de países aliados.
Também cresce a pressão por sanções mais duras contra Moscou, inclusive condicionadas ao fim da compra de petróleo russo por aliados da OTAN, como forma de diminuir os recursos para o esforço bélico russo.
Possíveis desdobramentos e riscos
Possibilidade | Consequências potenciais |
Escalada militar regional | Maior mobilização de tropas, risco de confrontos diretos ou “acidentes” em zonas fronteiriças; possibilidade de mais incidentes de drones ou sistemas de defesa que poderiam gerar respostas contundentes. |
Fragmentação ou diversificação nas respostas da OTAN | Alguns países da aliança poderiam se mostrar mais comedidos, seja por dependência energética ou interesses políticos, o que pode enfraquecer a mensagem de união. |
Negociações diplomáticas de contenção | Podem surgir gestos de distensão (troca de prisioneiros, diálogo indireto) se houver pressão internacional ou risco de conflito aberto. |
Reação russa ampliada | A Rússia pode reforçar sua doutrina nuclear ou anunciar bases militares estratégicas (como em Belarus), o que elevaria ainda mais as tensões. |
Conclusão
O momento atual entre EUA, OTAN e Rússia está marcado por uma conjunção de provocação militar, retórica firme e reforço de alianças. Enquanto a OTAN busca demonstrar unidade e disposição para defender seus membros, a Rússia aposta nas manobras militares como meio de pressão geopolítica. A fronteira leste da Europa aparece como o principal tabuleiro dessa disputa, que pode se intensificar ou recuar conforme decisões políticas, diplomáticas ou incidentes inesperados.
Por Via News







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