ESTUDO ALERTA: CONSUMO DE BEBIDAS MUITO QUENTES PODE ELEVAR O RISCO DE CÂNCER DE ESÔFAGO
- Fabio Sanches

- 24 de nov.
- 2 min de leitura

Pesquisa reforça a ligação entre a temperatura da ingestão e o dano celular, com alerta especial para hábitos como o consumo de chimarrão e chás.
WASHINGTON, 24 de Novembro de 2025 – Uma nova meta-análise publicada na revista médica The Lancet Oncology reforçou a associação entre o consumo regular de bebidas em temperaturas muito elevadas (acima de 65º) e um aumento significativo no risco de desenvolvimento de câncer de esôfago (carcinoma de células escamosas).
O estudo, que combinou dados de várias populações globais, especialmente na América do Sul e na Ásia – regiões onde o consumo de bebidas como o chimarrão (termo sul-americano para a erva-mate) e o chá são tradicionalmente feitos em temperaturas muito altas –, sugere que o calor extremo é o principal fator de risco, independentemente do tipo de bebida consumida.
O Mecanismo de Dano
Os pesquisadores explicam que o mecanismo de risco não está relacionado aos componentes químicos do café, chá ou erva-mate, mas sim ao dano térmico repetido. A ingestão de líquidos muito quentes provoca lesões inflamatórias crônicas no revestimento do esôfago. Ao longo do tempo, essas lesões levam a uma regeneração celular atípica, aumentando a probabilidade de mutações que resultam em células cancerosas.
Temperatura Limite: A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) já havia classificado o consumo de bebidas muito quentes como provavelmente carcinogênico (Grupo 2A). A recomendação da pesquisa é que as bebidas esfriem por pelo menos 5 a 10 minutos após o preparo.
Populações em Risco: O alerta é particularmente relevante para o Brasil e países vizinhos (como Uruguai, Argentina e Paraguai), onde o chimarrão é costumeiramente bebido por meio de uma bomba metálica, que transfere o calor rapidamente e mantém a bebida em alta temperatura por mais tempo.
A equipe de pesquisa aconselha que os consumidores adotem o hábito de esperar as bebidas atingirem uma temperatura mais agradável ou adicionar leite ou água fria para reduzir o risco.
Revisado por Fábio Sanches







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